Aulas de Filosofia do 1º bimestre (3ª série)

CONTEÚDO PRODUZIDO PARA 3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO


Data da aula do CMSP: 11/02/2021

Tema da aula: Filosofia e cotidiano - Parte 01

Habilidade trabalhada: identificar a presença da filosofia no cotidiano

 

Conceituando

Para muitas pessoas, o mundo é tão incompreensível quanto o coelhinho que um mágico tira da cartola, que a poucos instantes estava vazia.

O olhar de admiração do filósofo

  O olhar do filósofo é diferente pois possui admiração.

  No diálogo Teeteto, Platão afirma “Nosso olho nos faz participar do espetáculo das estrelas, do sol e da abóbada celeste. Este espetáculo nos incitou a estudar o universo inteiro. De lá nasce para nós a filosofia, o mais precioso bem concedido pelos deuses à raça dos mortais.”

  Thauma seria essa admiração ou espanto frente a algo que desperta nossa atenção de maneira especial.

  Aristóteles afirma que “É a admiração que leva os homens a filosofar. Eles admiram-se das coisas estranhas com que esbarram; depois avançam pouco a pouco e começam por questionar as fases da lua, o movimento do sol e dos astros e, por fim, a origem do universo inteiro.”.

  A admiração presente no olhar filosófico é voltada principalmente para as coisas cotidianas, habituais.

  Os filósofos não se cansam de questionar por que as coisas são como são.

 

Aula do CMSP

 

Tarefa do CMSP referente a aula:

1. Na Grécia Antiga, considerava-se que o espanto e a admiração daí advinda se originariam com:

a.  Thauma

b.  Cogito

c.  Panta rei

2. “De fato, os homens começaram a filosofar, agora como na origem, por causa da admiração, na medida em que, inicialmente, ficavam perplexos diante das dificuldades mais simples; em seguida, progredindo pouco a pouco, chegaram a enfrentar problemas sempre maiores [...].”

(ARISTÓTELES. Metafísica, v. I. São Paulo: Edições Loyola, 2002. p. 11.)

a.  O espanto faz com que o indivíduo que o experimenta mantenha-se ignorante daquilo que não sabe.

b.  Há uma verdade universal, eterna, imutável e absoluta que se revela apenas aqueles que experimentam o thauma.

c.  O espanto nos impele a querer saber, conhecer; e a buscar, gradativamente, o enfrentamento de problemas filosóficos cada vez maiores e mais sofisticados.

3. Platão expôs sua filosofia sob a forma de diálogos, diferentemente do que faziam seus predecessores pré-socráticos. Sócrates, inclusive nada deixou escrito. Muitos diálogos platônicos trazem a figura de Sócrates como personagem que irá conduzir discussões importantes. Em qual dos seguintes diálogos platônicos afirma-se que a admiração ocasiona o surgimento da filosofia?

a.  A República

b.  Teeteto

c.  Críton

 

Data da aula do CMSP: 18/02/2021

Tema da aula: Filosofia e cotidiano - Parte 02

Habilidade trabalhada: identificar a presença da filosofia no cotidiano

 

A Filosofia e as atividades cotidianas e não cotidianas

  Agnes Heller foi uma filósofa da húngara, cuja tese principal é a de que a filosofia está relacionada com os assuntos existentes em nosso cotidiano.

  Todo o indivíduo nasce no cotidiano, mas a partir do momento que passa a fazer reflexões teóricas, filosóficas, artísticas ou políticas, teria contato com a dimensão não-cotidiana.

  Sendo assim, a vida era dividida em duas atividades humanas: cotidianas e não-cotidianas.

  “A vida cotidiana é a vida de todo homem. [...] E, ao contrário, não há nenhum homem [...] que viva tão somente na cotidianidade, muito embora essa o absorva preponderantemente.”

  Atividades cotidianas: Rotineiras, necessárias para a reprodução humana, espontâneas

  Atividades não cotidianas: Ciência, Arte, Filosofia... Caracterizam-se pela intencionalidade

 

Aula do CMSP

 

Tarefa do CMSP referente a aula:

1.  No pensamento de Agnes Heller, as atividades concernentes à vida humana em sociedade se subdividem em dois tipos, a saber:

a.  Sociais e não-sociais

b.  Cotidianas e não-cotidianas

c.  Filosóficas e públicas

2.  Assinale a alternativa incorreta:

a.  A filosofia nunca se debruça sobre assuntos oriundos do cotidiano e da vida palpável pois estes temas são muito banais e não interessam à reflexão filosófica.

b.  É possível pensar e refletir filosoficamente sobre objetos e assuntos com os quais parecemos estar habituados em nosso cotidiano.

c.  Muitas vezes, a reflexão filosófica se dá pelo cotidiano: temas próprios à experiência humana, como morte, doença, amor, paixões, trabalho... tem sido objeto no decorrer da história da filosofia.

3.  Assinale a alternativa correta:

a.  Heller considera que as atividades cotidianas e não-cotidianas são, essencialmente, um mesmo tipo de atividade, já que ambas se caracterizam por seu caráter rotineiro e pragmático.

b.  No pensamento de Heller, pode-se encontrar uma divisão bastante estrita entre as atividades cotidianas e não-cotidianas: os homens nascem mais propensos a um ou outra e não podem alterar esta característica ao longo de suas vidas.

c.  Agnes Heller coloca que as atividades humanas podem ser de tipo cotidiano ou não-cotidiano, correspondendo ao primeiro uma natureza espontaneísta e “natural” e, ao segundo, a reflexão e a genericidade.


Data da aula do CMSP: 25/02/2021

Tema da aula: a espontânea Filosofia

Habilidade trabalhada: Estabelecer distinção entre o filosofar espontâneo, próprio do senso comum e o filosofar propriamente dito, típico dos filósofos especialistas

 

Todos os homens são “filósofos”

  Antônio Gramsci, alertava para a necessidade de se combater o pensamento de que a Filosofia é uma atividade intelectual muito difícil e, por isso, restrita a uma minoria de inteligência supostamente privilegiada.

  Para ele, em um certo sentido, “todos os homens são ‘filósofos’”, pois, de algum modo, todas as pessoas, lidam, convivem, trabalham com a Filosofia e a utilizam no seu dia a dia, mesmo que não perceba.

 

A filosofia está presente:

  Na linguagem

  No senso comum

  No bom senso

  Na religião

  Podemos dizer que a Filosofia está presente em todas as dimensões da vida humana, sendo, portanto, familiar a todas as pessoas

 

Aula do CMSP


Tarefa do CMSP referente a aula

Segundo Antônio Gramsci, filósofo italiano do século passado, a Filosofia:

a.  É um tipo de pensamento elevado, o qual apenas uma elite intelectual tem acesso.

b.  Está tão presente no dia a dia que pode ser equiparada ao bom senso e ao senso comum.

c.  Apesar de ter suas características próprias, não está ausente do cotidiano dos indivíduos, uma vez que se encontra em instâncias da vida ordinária como a linguagem, o senso comum, o bom senso e a religião.

d.  Não se diferencia em método, objeto e princípios da religião, do senso comum, da linguagem e do bom senso.

 

Data da aula do CMSP: 04/03/2021

Tema da aula: somos todos filósofos?

Habilidade trabalhada: estabelecer distinção entre o filosofar espontâneo, próprio do senso comum e o filosofar propriamente dito, típico dos filósofos especialistas

 

Reflexão Filosófica

Antônio Gransci, filósofo italiano, afirma que o filósofo “profissional” pensa com maior:

  Rigor lógico;

  Coerência;

  Espírito de sistema;

  Conhecimento da história do pensamento.

Do que uma pessoa sem a bagagem filosófica, porém, todos são capazes de avançar de um “filosofar espontâneo” para o filosofar praticado pelos filósofos especialistas.

 

Demerval Saviani, um filósofo brasileiro, afirma que a reflexão filosófica é:

  Radical: pois busca explicitar os conceitos usando todos os campos de conhecimentos possíveis, indo até a raiz dos problemas;

  Rigorosa: pois busca um discurso coerente, desenvolve um pensamento rigoroso sustentado por um método;

  De conjunto: pois é um tipo de reflexão totalizante, se esforça para examinar os problemas relacionando seus diversos aspectos entre si.

 

Aula do CMSP



Tarefa do CMSP referente a aula

Segundo Demerval Saviani, a reflexão filosófica é:

a.  Superficial, flexível e unilateral.

b.  Radical, rigorosa e de conjunto.

c.  Tendenciosa, subjetiva e isolada

d.  Útil e popular.

 

Data da aula do CMSP: 11/03/2021
Tema da aula: pensamento e linguagem - Parte 01
Habilidade trabalhada:
relacionar pensamento, linguagem e língua

Jean-Jacques Rousseau e a linguagem

 

Obras

  Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens (1755)

  Do Contrato Social (1762)

  Emílio, ou Da Educação (1762)

  Ensaio sobre a origem das línguas (1781)

 

Os seres e a linguagem

  A palavra nos distingue dos outros animais

  Os animais possuem alguma espécie de língua para se comunicarem, ela é natural e não progride, assim é igual em todos os lugares

  As línguas humanas surgem das paixões (do amor, do ódio, da raiva, da piedade), mas substitui os sentimentos pelas ideias

 

A escrita

  Substitui a expressão pela exatidão, assim não é possível que uma língua escrita guarde por muito tempo a vivacidade daquela que só é falada.

 

A linguagem e a música

  Os versos, os cantos e a palavra têm origem comum

  As repetições periódicas e medidas do ritmo e as inflexões melodiosas dos acentos deram nascimento, com a língua, à poesia e à música

 

Aula do CMSP



Tarefa do CMSP referente a aula

1.  Entre as obras de Jean-Jacques Rousseau encontram-se:

a.  Ética a Nicômaco e Emílio, ou Da Educação.

b.  Ensaio sobre a origem das línguas e Do Contrato Social

c.  Do Contrato Social e O capital

2.  De acordo com Rousseau,

a.  A palavra distingue os homens dos demais animais.

b.  A palavra assemelha o homem aos demais animais, que também possuem linguagem falada e escrita.

c.  Não é a palavra que distingue os homens dos demais animais e sim a inteligência e as habilidades para gesticular.

3.  Segundo Rousseau,

a.  Música e palavra nada têm em comum pois uma pertence à língua oral e escrita e outra, exclusivamente à linguagem musical.

b.  A palavra só pôde surgir após a invenção humana da música.

c.  Os versos, canto e as palavras têm origem comum.

 

Data da aula do CMSP: 08/04/2021
Tema da aula: pensamento e linguagem - Parte 01
Habilidade trabalhada:
Relacionar pensamento, linguagem e língua

 

Wittgenstein e os jogos de linguagem

 

Obras

  Tratado lógico-filosófico (1921)

  Investigações filosóficas (póstumo, 1953)

 

Os jogos de linguagem

  Uma palavra ou mesmo uma frase só tem significado dentro das "regras" do "jogo" linguístico que está sendo jogado em determinado momento (regras do contexto)

 

A não fixação de uma linguagem

  A linguagem não é uma coisa morta em que cada palavra representa algo de uma vez por todas. Ela é uma atividade humana situada cultural e historicamente.

  Não há uma essência da linguagem, pois as palavras só adquirem significado quando inseridas em uma frase em um contexto.

 

Aula do CMSP



Tarefa do CMSP referente a aula

1.  Entre as principais obras do filósofo Ludwig Wittgenstein encontram-se:

a.  Tratado Lógico-Filosófico e Investigações Filosóficas.

b.  Investigações Filosóficas e Do contrato Social.

c.  Tratado Lógico-Filosófico e Ensaio sobre o entendimento humano

2.  De acordo com Wittgenstein:

a. É cada vez mais possível encontrar a essência da linguagem.

b.  A linguagem possui uma essência, e esta não só pode ser desvendada pela Filosofia como, ao longo de sua história, diversos foram os filósofos que a desvendaram.

c.  Jogos de linguagem são uma categoria importante para entender o funcionamento da linguagem.

3. Os jogos de linguagem mostram que:

a.  A linguagem não é estanque ou fixa, mas está intimamente influenciada pela vida social e cultural.

b.  A linguagem precisa ser fixa e imutável, pois se não fosse assim, seria impossível que as pessoas pudessem se entender.

c.  A essência da linguagem é absolutamente imutável, como as regras de todos os jogos.

 

Data da aula do CMSP: 15/04/2021
Tema da aula: Humanidade: história ou estória?
Habilidade trabalhada:
Identificar a importância da língua para a produção e preservação de saberes coletivos, bem como para representar o real e imaginar diferentes realidades

 

Humano: um ser de natureza e linguagem

 

Qual é a essência humana?

  Segundo Aristóteles, a essência de um ser é aquilo que o define, aquilo que ele precisa “ter” para “ser” o que é

•  A resposta sobre o que nos define varia de acordo com o período histórico e a perspectiva do filósofo

 

Humano: um ser de natureza e linguagem

  Um ser (sentido existencial): um modo de estar no mundo que nos coloca em destaque, nos delimitando em relação a todo resto

  Natureza: princípio da vida e do movimento; campo da necessidade, da ordem; exterioridade (contraposto da consciência)

  Linguagem: signos intersubjetivos que, ao serem usados, permitem a comunicação; segundo Ferdinand de Saussure, distingue-se da língua, a qual é estabelecida como o “conjunto de costumes linguísticos” que possibilitam aos indivíduos a compreensão; segundo Aristóteles, é um dos atributos da “essência” humana

 

Noam Chomsky

  A língua é resultado da evolução, construída a partir de uma estrutura pertencente ao estágio inicial do cérebro humano, a gramática universal (igualmente acessada por todos)

 

A língua como mediação com o mundo

  Muitos especialistas entendem a língua e a linguagem como uma ferramenta de mediação, uma vez que é por meio delas que o ser humano apreende e expressa o mundo.

 

Aula do CMSP


 

Data da aula do CMSP: 22/04/2021
Tema da aula: língua - representação e imaginação
Habilidade trabalhada: Identificar a importância da língua para a produção e preservação de saberes coletivos, bem como para representar o real e imaginar diferentes realidades

 

A língua como representação do real

  Palavra: conjunto de letras ou sons de uma língua, juntamente com a ideia associada a esse conjunto

  Existência: qualidade daquilo que é real e possui um ser

  As palavras capturam a “essência” das coisas?

 

Convencionalismo (convenção)

  Os vocabulários e termos nada mais são do que o resultado de um acordo entre os seres humanos, não havendo rigidez entre os “nomes” e as “coisas”

  Exemplo: Crátilo ou da exatidão das palavras (Platão) - o mundo sensível, assim como a linguagem está em constante transformação que transformam os significados confusos e a convenção necessária. Assim, a linguagem não é capaz de expressar a “realidade”

 

Naturalismo (essencialismo)

  Os nomes capturam a “essência” das coisas. Os termos e vocabulários dependem da natureza, pois são reflexos do que representam

  Exemplo: Organon (Aristóteles) - a língua procede da lógica do mudo. Ao se entender a estrutura da língua é possível acessar a estrutura do mundo

 

A linguagem é representação e imaginação

  Imaginação: representação mental; faculdade da criação; crença/opinião que não tem anconragem na lógica e na realidade

  Realidade imaginada: crença compartilhada que enquanto tal é capaz de influenciar o aspecto prático da vida

 

Aula do CMSP


 

Tarefa do CMSP referente a aula

1. É correto afirmar que as realidades imaginadas:

a.  Expressam o caráter representativo da linguagem em sua mediação entre o pensamento e o mundo.

b.  Representam o essencialismo, uma vez que tais realidades refletem a estrutura de funcionamento do mundo.

c.  Não possuem qualquer relação com o convencionalismo, uma vez que este não implica em um pensamento que seja coletivizado.

d.  São um exemplo da capacidade que a língua possui de construir uma realidade por meio da imaginação.

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