CONTEÚDO
PRODUZIDO PARA 3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO
Tema da aula: A desigualdade entre os homens
como desafio da política
Objetivo da aula: Identificar, no contexto da
história da Filosofia, diferentes posicionamentos sobre as
diferenças/desigualdades entre os homens.
Habilidades trabalhadas:
- Reconhecer o caráter insatisfatório, ingênuo e mesmo ideológico de certas explicações normalmente aceitas pelo senso comum para o problema da desigualdade (habilidade essencial)
- Distinguir a perspectiva de Platão (natureza) da concepção de Rousseau (convenção) acerca da desigualdade social (habilidade essencial);
- Relacionar informações, representadas de diferentes formas, e conhecimentos, disponíveis em diferentes situações, para construir argumentação consistente;
- Utilizar ferramentas digitais online e offline para executar tarefas (EF67TEC17).
CONCEITUANDO
Cada sociedade gera formas de desigualdades
específicas, que são o resultado de como elas se organizam. As desigualdades se
manifestam de um modo no Brasil, nos Estados Unidos, na Índia etc. Elas assumem
formas distintas, porque são constituídas a partir de elementos econômicos,
políticos e culturais próprios, típicos de cada organização social. Vamos ver
como Platão e Jean-Jacques Rousseau trataram desse tema.
A cidade de Atenas, no período de Platão era uma cidade-Estado com muitas desigualdades sociais. Seu regime político era a democracia direta e escravista o direito à cidadania era dada aos homens livres, nascidos na cidade, ou seja, segundo os historiadores uma parcela de cerca de 10 % da população local, mas segundo o filósofo ateniense não há desigualdade desde que cada cidadão seja encaminhado (educado) para sua função de acordo com a sua natureza.
Segundo Platão a cidade justa é aquela
onde cada cidadão ocupa um lugar designado por sua natureza. O conceito de
justiça do filósofo é reforçado pela teoria da alma. De acordo com o pensamento
platônico a alma humana é dividida em três partes, associadas a uma parte do
corpo, e cada uma tem uma função específica:
Segundo
Jean-Jacques Rousseau antes de
viver em sociedade o homem existia no estado de natureza. O homem primitivo
era muito rude e forte e graças a isso praticamente não adoecia, mas, a exemplo
do que ocorre com os animais domesticados, em sociedade ele perde a força e a
coragem.
Diferente
dos animais o homem se constituiu como agente livre, podendo
escolher ou rejeitar as regras prescritas pela natureza. Outra característica
humana é a perfectibilidade, isto é, sua faculdade de se aperfeiçoar, mas
infelizmente é essa a fonte de seus males, pois ela é a responsável por tirá-lo
do estado de natureza no qual ele teria passado dias tranquilos e inocentes.
No estado de natureza os homens não podiam ser considerados bons ou maus uma vez que não havia entre eles nenhum tipo de relação moral. A única virtude moral que possuía era a piedade que é a capacidade de não desejar o sofrimento de seu semelhante. A piedade se opõe ao amor-próprio típico do estado de sociedade. Decorre daí a ideia do bom-selvagem e dessa virtude natural que resultam todas as virtudes sociais. Em suma, para Rousseau o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe. Afirma o filósofo:
Eu concebo na espécie humana duas espécies de desigualdades: uma que eu chamo de desigualdade física, porque foi estabelecida pela natureza, e que consiste na diferença das idades, da saúde, das forças corporais e das qualidades do espírito e da alma; outra a que pode chamar de desigualdade moral ou política, pois que depende de uma espécie de convenção e foi estabelecida, ou menos autorizada, pelo consentimento dos homens. Consiste essa nos diferentes privilégios desfrutados por alguns em prejuízo dos demais, como os que servem aos mais ricos, mais respeitados, mais poderosos que estes, ou mesmo mais obedecidos.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade dos homens.
APROFUNDAMENTO
Vídeo: O segredo da meritocracia
Sinopse: O segredo do sucesso, o caminho da vitória e a fórmula para se ter uma vida boa parecem promessas bem sedutoras e muito atraentes. Mas o que é vencer na vida? Existe um cálculo matemático onde podemos seguir uma fórmula e assim alcançar o sucesso? No vídeo de hoje Atila discute um pouco sobre a meritocracia e nos mostra como podemos calcular as chances de sucesso e como essa conta não é tão exata quanto gostaríamos.
DICAS CULTURAIS
Música: A novidade
Compositor: Bi Ribeiro / Gilberto Gil / Herbert Vianna / Joao Barone
Música: Xibom Bombom
Compositor: Rogério Gaspar e Wesley Rangel
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