A Filosofia e outras formas de conhecimento: mito e religião

CONTEÚDO PRODUZIDO PARA 1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

Tema da aula: A Filosofia e outras formas de conhecimento: mito e religião
Objetivo da aula: Reconhecer a complexidade do conceito de mito e religião
Habilidades trabalhadas:

  •  Relacionar práticas de cidadania e respeito às diferenças (habilidade essencial);
  • Relacionar informações, representadas de diferentes formas, e conhecimentos, disponíveis em diferentes situações, para construir argumentação consistente;
  • Utilizar ferramentas digitais online offline para executar tarefas (EF67TEC17).

CONCEITUANDO


O mito é uma forma de explicação da realidade que utiliza narrativas em geral transmitidas oralmente, assim a força e o alcance dos mitos se devem a tradição oral que, de geração em geração, fez com que as histórias fossem incorporadas ao cotidiano e à cultura de cada povo.


A mitologia tem certa proximidade com a religião, mas ela não é uma religião. A religião é um conjunto de crenças, em geral amparadas por um texto, compreendidas como uma revelação de um deus (ou de um grupo de deuses) aos seres humanos. Por serem verdade reveladas por deus(es), elas não podem ser contestadas. Dizemos, por isso, que as religiões são dogmáticas. Dogmas são fundamentos indiscutíveis, verdades absolutas que não podem ser questionadas.


·         Possui um conjunto de ideias expressas em um texto ou um livro sagrado (que compõem o dogma da religião) embora também existam religiões baseadas em uma tradição oral, que não possuem um texto sagrado como a umbanda;

·         Tem organização institucional de um conjunto de pessoas que administram esse conhecimento e são responsáveis pela mediação entre os fiéis;

·         Há nelas definição de rituais que delimitam a forma de viver esse conhecimento e se relacionar com ele.

As religiões são encontradas em todas as culturas, desde tempos imemoriais. Muitas vezes na história, conflitos religiosos provocam disputas sangrentas entre os povos. Em outras situações, porém, as igrejas exercem papel de mediadoras de conflitos. Mesmo que baseadas em dogmas, as religiões não são necessariamente contrárias, por exemplo, na maioria delas há a ideia de tolerância, o que permite a convivência pacífica entre as concepções religiosas diferentes.

Um famoso pensador chamado Augusto Cury (psiquiatra, professor e escritor brasileiro) afirmou que “quem ama aprecia a tolerância”.

Ocorre, no entanto, que no decorrer de nossa história ocorreram conflitos violentos entre grupos religiosos. Foi o que aconteceu por exemplo durante as Cruzadas, entre o século XI e XIII (conflitos entre cristãos e muçulmanos pelo controle da Terra Santa) ou nos conflitos entre católicos e protestantes na Europa no século XVI. Um exemplo mais atual é o conflito entre muçulmanos e judeus no Oriente Médio. No Brasil a intolerância religiosa é crime. 

 

Segundo os filósofos Gilles Deleuze e Félix Guatarri, no livro O que é isso a Filosofia? O pensamento religioso é um “pensamento de figuras”, enquanto a Filosofia é “um pensamento por conceitos”. O pensamento por figuras usa metáforas e parábolas, enunciado histórias que servem como grandes quadros explicativos para a vida humana. Esses pensamentos não dão margem a dúvidas e implicam aceitação plena dos fiéis. Mas em algumas situações há a tentativa do filósofo de trabalhar com temas religiosos, em razão disso, alguns deles formularam o que chamamos de provas da existência de Deus que devem ser compreendidas pela razão e podem ser questionadas. Segue abaixo algumas delas:

  • Aristóteles: deve ter algo que causa todas as coisas, mas não é causado por ninguém. Deus é a causa não causada;
  • São Tomás de Aquino: o mundo tem uma ordem e deve haver uma divindade ordenadora de todas as coisas;
  • Santo Anselmo:  aquilo a respeito do que não conseguimos pensar nada de maior não pode estar apenas no intelecto.


 


APROFUNDAMENTO

Vídeo:  No Brasil, diferentes crenças se unem no combate à intolerância religiosa

Sinopse: O relatório “Intolerância Religiosa no Brasil” será usado para monitorar e combater discriminação. “No mundo todo, há uma crescente onda de intolerância e restrições impostas ao exercício do direito à liberdade de religião ou crença. E eu foco em duas tendências ligadas a essa tese: o aumento da politização da religião e sua securitização”, disse o relator especial das Nações Unidas para a Liberdade Religiosa, Ahmed Shaheed.



DICAS CULTURAIS

 Filme: A Lenda de Beowulf

Classificação: 14 anos
Roteirista: Neil Gaiman
Direção: Robert Zemeckis
Sinopse: O filme é uma adaptação do poema épico anglo-saxônico Beowulf, e foi feito usando uma técnica especial de captura de movimento. Em A Lenda de Beowulf o guerreiro escandinavo Beowulf precisa derrotar o monstro Grendel, que está aterrorizando a população. O desafio se tornará ainda mais perigoso e sangrento quando a mãe de Grendel, furiosa e sedenta por vingança, também entra no combate. História baseada num poema lendário escandinavo de autor anônimo.

Trailer:


 
Livros: O hobbit, O Senhor dos Anéis e O Silmarillion
Autor: J. R. R Tolkien (1892-1973)
Apresentando o autor: o escritor britânico Tolkien criou uma mitologia moderna em um imaginário “universo paralelo” que denominou Terra Média.


ATIVIDADES

1.      Qual é a relação entre religião e mito?

2.      Qual é sua religião? Como ela descreve deus(es)? (caso você não possua uma religião pesquise uma para responder à questão)

3.      Por que é importante respeitar as escolhas religiosas de todas as pessoas?

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