Aulas de Filosofia do 2º bimestre (3ª série)

 CONTEÚDO PRODUZIDO PARA 3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

 

Tema da aula: linguagem, mitologia e filosofia

Habilidade trabalhada: identificar marcas dos discursos filosóficos, mitológico e religioso

 

A linguagem e a língua como características que identificam a espécie humana

 Todos possuímos linguagem (conjunto de signos que indicam ou remetem a algo distinto deles), porém a língua que falamos pode variar

 As línguas podem expressar: o mundo exterior e o mundo interior

 Na gramática de uma língua as palavras são combinadas conforme certas regras para formar significados

 A língua é uma produção cultural, portanto coletiva

 

A linguagem oral e escrita

 Antes da adoção do alfabeto, na Grécia Antiga, os poetas transmitiam oralmente aspectos de sua cultura

 A juventude aprendia o que era piedade, amor, traição, por meio de histórias míticas e épicas, isto é, de narrações sobre as aventuras e desventuras de seres humanos, heróis e deuses

 Linguagem e ação estavam estreitamente ligadas, pois as palavras tinham o poder de construir modelos a serem atingidos.

 A partir do século IX a. C., desenvolveu-se o alfabeto grego e o relato oral foi perdendo a relevância

 Com a linguagem escrita não era mais necessário o orador

 Com o domínio da escrita a forma de pensar das pessoas foi adotando uma linearidade racional

 A linguagem de ação foi dividindo lugar com a linguagem de ideias, de reflexão. Passou-se a perguntar “O que é a sabedoria?”, “O que é a coragem?”, sem recorrer mais aos exemplos de personagens míticos e épicos

 

Filosofia e mitologia

Aproximações

 A Filosofia não surge em contraposição aos mitos e discursos religiosos, ao contrário, é baseado em temas e preocupações predominantes no discurso religioso e nos mitos

 Aspectos que são comuns a ambos os discursos: há uma preocupação dos poetas de apresentar causas e motivos das ações; de descrever os fatos em uma abrangência que abarca deuses, homens, terra, céu, guerra, paz, bem e mal; de construir narrativas para ensinar justiça como virtude fundamental. O mito e alguns discursos religiosos, assim, já contemplariam a estrutura de apresentação dos fatos e os temas valorizados pela Filosofia

Distanciamentos

 O discurso mitológico apresenta-se como uma narrativa marcada por analogias, metáforas e parábolas, ao passo que o discurso filosófico se manifesta por questionamentos sucessivos a cada afirmação, por fundamentação e crítica sobre o saber afirmado.

 As religiões, especialmente se tomarmos as religiões monoteístas, professam verdades cuja base é a fé no divino. A Filosofia busca significados na ordem do humano a partir de uma reflexão que deve ser radical, rigorosa e de conjunto (conforme Dermeval Saviani) e, dessa forma, questionar certezas e verdades.

 

Atividades

1.  Em sua opinião a escrita favoreceu para que tentássemos explicar o mundo de uma forma diferente? Justifique.

2.  Cite algumas semelhanças entre o discurso filosófico e o discurso mitológico?

3.  Qual as diferenças da linguagem mitológica (linguagem de ação) e a linguagem filosófica (linguagem de ideias)?

4.  O filósofo Ludwig Wittgenstein afirmou, na sua obra Tractatus logico-philosophicus, que os limites da linguagem de uma pessoa são os limites de seu mundo. Usando o que foi apresentado no texto acima e os seus conhecimentos comente a frase do filósofo.

 

Tema da aula: correção do trabalho sobre linguagem, mitologia e filosofia

Habilidade trabalhada: identificar marcas dos discursos filosóficos, mitológico e religioso

 

1.  Em sua opinião a escrita favoreceu para que tentássemos explicar o mundo de uma forma diferente? Justifique.

Resposta incompleta:

 Sim, pois com a escrita nós conseguimos expressar nossas opiniões,expor nossos pensamentos.

Resposta incorreta

 Sim. explicar o mundo de uma forma de linguagem oral.

Modelo de resposta correta: Sim, pois antes da escrita as pessoas aprendiam algo novo e aquilo só ficava guardado no momento, sem que os povos sucessores conseguissem ter acesso ao que foi absorvido, com a escrita, as pessoas tinham algum tipo de registro histórico.

 

2.  Cite algumas semelhanças entre o discurso filosófico e o discurso mitológico?

Só tratou do discurso mitológico e não da semelhança deste com o discurso filosófico:

 Há uma preocupação dos poetas de apresentar causas e motivos das ações, de descrever os fatos em uma abrangência que abarca deuses, homens, terra, céu, guerra, paz, bem e mal, de construir narrativas para ensinar justiça como virtude fundamental.

O que foi pedido foi a semelhanças entre os discursos e não as diferenças:

 O discurso mitológico é criado a partir de metáforas e analogias. Já o discurso filósofo, parte da reflexão e do questionamento.

Modelo de resposta correta: Ambas procuram achar motivos para explicar o mundo e o ser humano.

 

3.  Qual as diferenças da linguagem mitológica (linguagem de ação) e a linguagem filosófica (linguagem de ideias)?

A pergunta tratava da linguagem filosófica e mitológica e não a literária:

 O discurso literário não necessariamente precisa ser racional ou tentar explicar a realidade, por ser o discurso filosófico, em certo sentido, plausível de verdade ou falsidade, coisa que não se aplica a literatura

Modelo de resposta correta: A mitologia narra coisas passadas, não se importa com contradições e o incompreensível, e narra à origem através das rivalidades e alianças das divindades; enquanto a filosofia busca passar a ideia de como e por que do passado, presente e futuro, como as coisas são no todo, explica a origem das coisas por elementos e causas naturais, e não aceita explicações incompreensíveis, exige coerência e lógica.

 

4.  O filósofo Ludwig Wittgenstein afirmou, na sua obra Tractatus logico-philosophicus, que os limites da linguagem de uma pessoa são os limites de seu mundo. Usando o que foi apresentado no texto acima e os seus conhecimentos comente a frase do filósofo.

Aqui o filósofo trata de linguagem em um sentido mais geral:

 Independente de qual discurso a pessoa apoie, tanto o mitológico quanto o filosófico, devemos ser respeitosos.

Modelo de resposta correta: Nós nos comunicamos através da linguagem, qualquer que seja. Ela faz parte do nosso dia a dia, sem ela não existe comunicação e abre portar para o questionamento, reflexão e entendimento. Quando sua linguagem atinge um limite, automaticamente aquelas portas também se fecham.

 

Importante: um mito não é uma mentira, ele é verdade para quem nele acredita

 

Dicas:

1.  Certifique-se que você está respondendo o que é proposto;

2.  Redija a resposta como se a pessoa que irá ler não entendesse nada do assunto tratado;

3.  Redija a resposta de forma a pessoa compreendê-la sem precisar ler a pergunta (ela tem que fazer sentido em si mesma)

 

Tema da aula: o Estado

Habilidade trabalhada: questionar o papel social do Estado e das leis.

 

 Estado: trata-se de um conjunto organizado de diferentes instituições políticas, jurídicas, policiais, administrativas, econômicas entre outras, regidas por um governo autônomo e dentro de um território próprio e independente; o uso da palavra Estado se deve a Maquiavel

 

Os contratualistas e o surgimento do Estado

 Contratualismo: teoria cujo objetivo é o de explicar a organização dos indivíduos, através de um contrato, organização essa chamada de Estado.

 

Thomas Hobbes



 No estado de natureza - “Guerra de todos contra todos”

 Criação do Estado (passagem para estado civil) - Garantir a vida e evitar a mútua destruição

 

John Locke



 No estado de natureza- Não há juízes

 Criação do Estado (passagem para estado civil) - Garantir os direitos naturais (vida, liberdade, propriedade)

 

Jean-Jacques Rousseau



 No estado de natureza - O homem é bom, mas a propriedade o corrompeu

 Criação do Estado (passagem para estado civil) - Garantir liberdades/direitos civis

 

Karl Marx e o Estado



“O Governo do Estado Moderno não é senão um comitê para gerir os negócios comuns de toda classe burguesia” (Karl Marx)


Como o que foi ilustrado pela pirâmide a infraestrutura é o que sustenta a sociedade, porém é a superestrutura que nos é visível, assim as desigualdades das relações de produção ficam escondidas e a ideologia expressa em frases como “o trabalho enobrece” nos é ensinada desde muito cedo. 



“A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes” (Karl Marx)

 


Atividade

Qual é a diferença das concepções sobre a utilidade do Estado para os filósofos contratualistas e para Karl Marx?

 

Tema da aula: o homem como ser político

Habilidade trabalhada: questionar o papel social do Estado e das leis

 

Max Stirner (1806-1856)



 Filósofo alemão

 Precursor do anarquismo

 

Anarquismo

 A palavra anarquia deriva do grego an (não) e archos (governo).

 O Anarquismo tem como principal característica a supressão total do Estado e a eliminação do capitalismo

 

O Estado e as leis

 As leis são uma assombração (formas de controle) e nós que vivemos sob seu domínio vivemos assombrados por elas

 Todas as instituições sociais que exercem controle do indivíduo (seja do corpo ou da mente), são vazias e artificiais (Estado, religião etc.)

 A nossa única missão é nos realizar pessoalmente e não o que ditam as instituições

 Somos egoístas (buscamos satisfação/realização pessoal)

 O Estado é um controlador de egoísmos

 Devemos criar uma associação de egoístas onde não há a submissão ao outro ou a qualquer instituição

 

Atividades

Sobre a teoria de Marx Stirner responda:

1.  O que é o Estado?

2.  O que são as leis?

 

REVISÃO

Tema da aula: o homem como ser político

Habilidade trabalhada: Questionar o papel social do Estado e das leis

 

Filosofia Política



 Filosofia Política: reflete sobre o poder do Estado, os regimes políticos e as formas de governo, as questões sobre a participação dos cidadãos na vida pública e a liberdade política entre outras

 Aristóteles, acreditava que a política era a “continuação” da ética, sendo a ética a reflexão sobre a conduta na vida privada e a política a reflexão sobre a conduta na vida pública

 A cidade (pólis) constitui uma criação natural e o ser humano é, por natureza, um animal político e social

 

Atividades

1.  (UEL) “Toda cidade [polis], portanto, existe naturalmente, da mesma forma que as primeiras comunidades; aquela é o estágio final destas, pois a natureza de uma coisa é seu estágio final. (...) Estas considerações deixam claro que a cidade é uma criação natural, e que o homem é por natureza um animal social, e um homem que por natureza, e não por mero acidente, não fizesse parte de cidade alguma, seria desprezível ou estaria acima da humanidade.” (ARISTÓTELES. Política. 3. ed. Trad. De Mário da Gama Kuri. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1997. p. 15.)

De acordo com o texto de Aristóteles, é correto afirmar que a polis:

a.  É instituída por uma convenção entre os homens.

b.  Existe por natureza e é da natureza humana buscar a vida em sociedade.

c.  Passa a existir por um ato de vontade dos deuses, alheia à vontade humana.

d.  É estabelecida pela vontade arbitrária de um déspota.

e.  É fundada na razão, que estabelece as leis que a ordenam.

 

2.  Leia atentamente o texto:

[...] estabelecemos que, por natureza, o homem é um animal político. Os homens têm um desejo natural pela vida em sociedade, até mesmo quando mão sentem dificuldade de pedir ajuda. Todavia o interesse comum os mantém unidos, desde que o interesse de todos contribua para a vida virtuosa de cada um. [...] (ARISTÓTELES. Política)

Você concorda com a afirmação de Aristóteles?

 

Estado

 Conjunto de mecanismos que compõem o organismo público e delimita aquilo que pertence à coletividade, que é diferente do que pertence ao âmbito privado.

 É expresso e reconhecido como legítimo a partir de um sentimento que une pessoas (geralmente compatriotas que convivem no mesmo território) em torno de um sentimento patriótico comum e de uma cultura comum, que nutrem entre si um sentimento de solidariedade e coesão.

 É fixo e, quando passa por mudanças, ou estas devem ser consenso entre os cidadãos ou devem ser graduais e acompanhar as demandas da sociedade.

 

Governo

 É transitório.

 Nas sociedades democráticas, a transição deve ser constante.

 Nas sociedades governadas por governos autoritários, a transitoriedade pode ser lenta.

 De qualquer modo, o governo é passível de mudanças repentinas, pois cada governante tem seu modo de comandar a máquina pública,

 Os governos administram os Estados, a máquina pública, exercem o poder no âmbito estatal.

 

Rousseau o Estado e as desigualdades

 Desigualdade Natural - Força física, idade, saúde e até mesmo “qualidade do espírito”. Desnecessário preocupar-se com a origem desta desigualdade, pois é natural, e o que vem da natureza já está justificado.

 Desigualdade Social - Também chamada “moral” ou “política”, depende de uma espécie de convenção que é autorizada e consentida pela maioria dos homens (renda, status, prestígio...).

 

Atividades

1.  De acordo com Rousseau em “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens”, quais formas de desigualdade existem?

a.  A desigualdade social e a econômica, que quase sempre se apresentam juntas.

b.  A desigualdade natural (ou física), que é dada pela natureza; e a moral (ou política), por sua vez decorrente do estabelecimento de convenções sociais.

c.  A desigualdade social, que é decorrente das convenções sociais estabelecidas; e a desigualdade política, que impede que alguns grupos de indivíduos participem ativamente das instâncias de poder.

2.  De acordo com Jean-Jacques Rousseau:

a.  A desigualdade social entre os homens é natural, pois ela decorre de consequência necessária das diferenças entre cada ser humano.

b.  A desigualdade é socialmente criada e convencionada, enquanto as diferenças entre os indivíduos advêm da natureza.

c.  Nem as diferenças e nem as desigualdades são tema importante para reflexão: elas não influenciam nos rumos da vida social e nem individual.

3.  Qual a diferença entre desigualdade física e desigualdade moral e política?

 

Tema da aula: a desigualdade como desafio político

Habilidade trabalhada: Reconhecer o caráter insatisfatório, ingênuo e mesmo ideológico de certas explicações normalmente aceitas pelo senso comum para o problema da desigualdade.

 

Platão e a justa desigualdade

 O regime político de Atenas era a democracia direta e escravista o direito à cidadania era dada aos homens livres, nascidos na cidade, ou seja, segundo os historiadores uma parcela de cerca de 10 % da população local, mas segundo o filósofo ateniense não há desigualdade desde que cada cidadão seja encaminhado (educado) para sua função de acordo com a sua natureza.

 Segundo Platão a cidade justa é aquela onde cada cidadão ocupa um lugar designado por sua natureza. O conceito de justiça do filósofo é reforçado pela teoria da alma. De acordo com o pensamento platônico a alma humana é dividida em três partes, associadas a uma parte do corpo, e cada uma tem uma função específica:

 

 Parte da alma: racional

 Parte do corpo: cabeça

 Classes da cidade: magistrados e governantes

 Função: responsáveis por governar com sabedoria

 

 Parte da alma: irracional/irascível

 Parte do corpo: peito

 Classes da cidade: guerreiros

 Função: responsáveis por proteger a cidade com fortaleza

 

 Parte da alma: irracional/concupiscente

 Parte do corpo: baixo ventre

 Classes da cidade: artesão, agricultores e comerciantes

 Função: responsáveis por prover as necessidades da cidade com temperança

 

Atividade

1.  Você considera o modelo de sociedade proposto por Platão desigual? Justifique.

2.  Em sua opinião, o Brasil é um país socialmente desigual? Justifique sua resposta.

 

Aulas de Filosofia do 2º bimestre (2ª série)

CONTEÚDO PRODUZIDO PARA 2ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

 

Tema da aula: individuo, identidade e sujeito

Habilidade trabalhada: identificar diferentes concepções de indivíduo

 

Indivíduo

  Ser individual diante de tantos outros, caracterizado por uma suposta unidade do “Eu”

 

Identidade (aspectos psicológicos + aspectos sociais)

  Manuel Castells - aquele que assume protagonismo de suas ações e encarna um papel de agente de transformação social

  Anthony Giddens – compreendido por aspectos característicos de sua personalidade de um indivíduo ou grupo

 

Sujeito

  Marilena Chauí - um ser cuja substância persiste no tempo, enquanto suas qualidades (predicados) podem sofrer transformações; ser consciente de Si e fundante do conhecimento

  Nicola Abbagnano - possui dois significados: 1º relativo a qualidades e atributos de um indivíduo inerentes à sua natureza; 2º à ideia de espírito e de consciência

 

Indivíduo e sociedade

  O liberalismo de John Locke – afirma que com medo da luta de todos contra todos os indivíduos decidem viver em uma sociedade na qual um governante assume a responsabilidade de garantir a todos vida e liberdade

  O utilitarismo - atribui especial valor à finalidade prática ou ao caráter utilitário de um elemento, fenômeno ou processo, especialmente em sua aptidão ou potencial para produzir o máximo de felicidade, prazer ou utilidade para o maior número de pessoas.

 

Questões

1.  Por que no mundo atual a ideia de indivíduo tem sido tão importante?

2.  Haveria outra forma de compreendermos a nós mesmos, sem ser a partir e por meio da ideia de indivíduo?

3.  A individualidade sobrevive em meio as regras sociais?

 

Tema da aula: teoria do indivíduo

Habilidade trabalhada: identificar diferentes concepções de indivíduo

 


Indivíduo

  O indivíduo é um ser tomado como distinto e/ou diferenciado dos outros; ele é parte formadora de uma sociedade

  Os indivíduos são responsáveis por formar a sociedade, a sociedade também atua diretamente na formação do indivíduo

  A sociedade é constituída a partir do conjunto de todas as relações sociais que os indivíduos mantêm entre si

 

John Locke e os indivíduos que compõem a sociedade

  Antes de vivermos em sociedade vivíamos em um estado de natureza e nele possuíamos: liberdade, igualdade e propriedade (de si e, pelo trabalho, de tudo o que modificar na natureza, limitando-se ao necessário para todos os demais)

  Mas há sempre o risco de instaurarmos um estado de guerra, provocado pela tentativa de um homem submeter o outro

  Solução: adesão de todos a um contrato social, no qual um governo assume a responsabilidade de garantir a vida e a liberdade e a propriedade dos indivíduos.

Somos seres históricos e jurídicos, pois criamos:

 O Estado

  Os tipos de governo que existem

  As relações sociais

  Os motivos de nossa felicidade ou tristeza

 

O Jeremy Bentham, o utilitarismo e os a motivação dos indivíduos de obedecerem a regras

  Jeremy Bentham era um filósofo utilitarista, o que significa dizer que ele atribuía especial valor à finalidade prática ou ao caráter utilitário de um elemento, fenômeno ou processo, especialmente em sua aptidão ou potencial para produzir o máximo de felicidade, prazer ou utilidade para o maior número de pessoas

  Críticas de Bentham a Locke: a liberdade surge de um desenvolvimento intelectual (não é decorrente de um estado natural); o contrato social não é historicamente comprovado e só faz sentido se der satisfação aos indivíduos

  Princípios que norteiam as ações dos indivíduos: aumento do bem-estar (prazer) e da felicidade; ausência da dor.

  Avaliações dos desejos: intensidade; duração; certeza; proximidade; fecundidade; pureza

 

Questões

1.  Há diferentes formas de se pensar a relação entre indivíduo e sociedade?

2.  Segundo John Locke, por que os indivíduos decidem viver em sociedade?

3.  Para Locke, qual é a responsabilidade dos governos?

4.  Segundo Jeremy Bentham, quais são os princípios que norteiam as ações dos indivíduos?

 

Tema da aula: correção da atividade sobre a teoria do indivíduo

Habilidade trabalhada: identificar diferentes concepções de indivíduo

 

1.  Há diferentes formas de se pensar a relação entre indivíduo e sociedade?

Tratam do tema, mas não responde à questão:

  A formação e identidade é complexa, e ocorre em camadas de acordo com o desenvolvimento do ser humano, obviamente existem fases em que há maior consolidação de identificado. A identidade forma-se a partir de uma representação de como os individuo são vistos pelos outros e como o próprio individuo se vê, como ele pensa ser, além disso, existem aspectos da identidade humana que está relacionada com a cultura a sociedade.

  O indivíduo está relacionado por ser a principal peça que forma a sociedade. Com deveres, direitos e obrigações cada indivíduo está diretamente relacionado a sociedade.

  O fato social, objeto de estudo da Sociologia segundo Émile Durkheim, é constante e ao mesmo tempo anterior e exterior ao indivíduo, ou seja, o indivíduo é sempre coagido pela sociedade, que exerce toda sua força sobre as ações e pensamentos individuais.

Modelo de resposta correta: Sim, como por exemplo a teoria de John Locke e dos filósofos utilitaristas como Jeremy Bentham.

 

2.  Segundo John Locke, por que os indivíduos decidem viver em sociedade?

Trata do tema, mas não responde à questão:

  Antes de vivermos em sociedade vivíamos em um estado de natureza e nele possuíamos: liberdade, igualdade e propriedade.

  Viviam em natureza eles tinham liberdade de expressão liberdade de acesso não que não teriam agora, mas eles preferiam e ver um contexto de liberdade, mas o motor da Liberdade trazendo as consequências dos seus atos, mas respeitando um ao outro.

  Porque a maioria dos indivíduos decidem entrar em uma sociedade.

  Para John Locke, o Poder Legislativo é o poder de governo supremo. É concebido com a função de fazer, com exclusividade, as leis que estabelecem direitos, limitam o poder do próprio corpo político e impõem obrigações à sociedade.

  Porque o indivíduo modifica a sociedade e a sociedade modifica o indivíduo.

Respostas incorretas:

  Os seres humanos em estado de natureza não vivem em guerra tendem a uma vida pacífica por sua condição de liberdade e igualdade.

  Porque dentro de todos os indivíduos há um estado de natureza e nele possuímos a liberdade (de si e pelo trabalho de tudo o que modificar na natureza limitando se ao necessário para todos).

  Porque ele está ao ar livre e isso para ele é algo que não se deveria ser governado, ou seja, ser totalmente regrado.

Modelo de resposta: Para evitar o estado de guerra (guerra de todos contra todos).

 

3.  Para Locke, qual é a responsabilidade dos governos?

Trata do tema, mas não responde à questão:

  John Locke criticava, principalmente, a prática de governo Absolutista, onde os reis tinham poder e total domínio sobre todos os espectros de uma sociedade.

Modelo de resposta correta: Garantir a vida, a liberdade e a propriedade.

 

4. Segundo Jeremy Bentham, quais são os princípios que norteiam as ações dos indivíduos?

Trata do tema, mas não responde à questão:

  Ele pensou em uma doutrina moral consequencialista.

  Ele pensou em uma doutrina moral consequencialista, ou seja, que visa as consequências das ações morais em detrimento das próprias ações morais. O que importa, nesse sentido, é o resultado de certa ação e não a própria ação.

Modelo de resposta correta: Nossas ações buscam sempre aumentar o bem-estar (prazer) e a felicidades e evitar a dor.

 

Tema da aula: tornar-se indivíduo

Habilidade: identificar as subjetividades como resultado de construção social

 

O sujeito sujeitado

  John Locke, Jeremy Bentham e J. S. Mill. ajudaram a construir a ideia de sujeito da Idade Moderna, em especial do Período Iluminista

  A ideia de sujeito da Modernidade envolve um princípio de ação e de conhecimento do mundo (autonomia do sujeito), mas essa ideia sofre abalos na contemporaneidade (período atual)

Karl Marx, Friedrich Nietzsche e Sigmund Freud (Mestres da Suspeita) previram o caráter de “sujeito sujeitado”

  Sujeitado: reduzido, dominado, compelido, forçado, obrigado, submetido

 

Michel Foucault (1926-1984)

  Michel Foucault aprofunda a ideia de sujeição afirmando que o sujeito é condicionado por formações discursivas linguística, jurídica e política

  Os sistemas jurídicos produzem determinado tipo de sujeito por meio do fundamento da representação (que afirma a identidade de alguns e exclui da lei os não representados) e em termos negativos (por meio da limitação do que é ou não possível ou admissível)

 

Vídeo:




Dica de canal de YouTube:

Jana Viscardi

 

Atividade

1.  Qual a diferença da concepção de sujeito do Período Moderno e Contemporâneo?

2.  O que é ser sujeitado?

3.  Como é o sujeito descrito por Michel Foucault?

 

Tema da aula: indústria cultural

Habilidade trabalhada: Identificar processos sociais merecedores de crítica

 

Qual mensagem essa imagem quer transmitir?



  O termo Indústria Cultural foi desenvolvido pelos intelectuais da Escola de Frankfurt, especialmente Max Horkheimer e Theodor Adorno.

  O termo designa o fazer cultural e artístico sob a lógica da produção industrial capitalista.

  Visa o lucro acima de tudo e a idealização de produtos adaptados para consumo das massas.

  Tem o intuito de reproduzir os interesses das classes dominantes, legitimando-as e perpetuando-as socialmente.

  Torna os dominados incapazes de elaborarem um pensamento crítico que impeça a reprodução ideológica do sistema capitalista.

  A cultura popular e a cultura erudita são simplificadas e falsificadas para se transformarem em produtos consumíveis.

  Isso provoca a decadência das formas mais originais e criativas de fazer cultura e arte.


Quais características da Indústria Cultural há nessa imagem?



São características da Indústria Cultural:

  Padronização estética voltada para o consumo.

  Diminuição do senso crítico

  Homogeneização e perda das individualidades (todos pensam iguais).

  Esvaziamento do indivíduo que tende a ser preenchido pelo consumo.

 

Atividade

1.  Liste alguns itens que você consome, sem necessidade?

2.  Você já comprou algo, por ser influenciado por uma propaganda?

 

Tema da aula: reprodutibilidade técnica

Habilidade trabalhada: refletir sobre as perspectivas de pertencimento e de responsabilidade por si mesmo e pelas demais pessoas e seres da natureza.

 

Walter Benjamin (1892-1940)

Filósofo alemão, judeu e membro da Escola de Frankfurt (escola de teoria social e filosofia)

 

Arte antes da Revolução industrial:



  Unidade

  Duração

  História

  Autenticidade

 

Obra de arte na reprodutibilidade técnica (possibilidade de produzir a obra de arte em série):



  Modificações

  Produção

  Recepção

  Reivindica “status” de arte

  Aproxima a arte do comércio

 

Autenticidade

  A autenticidade diz respeito ao que tem existência única

  Dá a obra valor de culto que esconde a arte de seu público, mistificando-a

 

Reprodutibilidade

  Permite à obra ir de encontro ao espectador

  Dá à arte funções sociais completamente novas

 




Atividade

1.  Para Walter Benjamin, a autenticidade de uma obra de arte:

a.  Significa sua identidade, exclusividade, originalidade.

b.  É sinônimo de reprodutibilidade técnica.

c.  É aquilo que destrói a aura da obra de arte.

2.  Qual a diferença entre valor de culto e valor de exposição?

a.  O primeiro retira a arte de seu invólucro e possibilita o contato dela (arte) com as massas e o segundo diz respeito ao mercado das obras de arte.

b.  O primeiro como que esconde a arte do público, consistindo na tradição, e o segundo retira a arte de seu invólucro e possibilita o contato dela (arte) com as massas.

c.  Não há diferença.

3.  Cite alguns exemplos de obras artísticas fáceis de serem reproduzidas e difundidas para um grande público.

 

 

REVISÃO

Tema da aula: teoria do indivíduo

Habilidade trabalhada: identificar diferentes concepções de indivíduo

 

Autonomia

  Competência para gerir sua própria vida, fazendo uso de seus próprios meios, vontade ou princípios;

  Direito ao livre-arbítrio que faz com que qualquer indivíduo esteja apto a tomar suas decisões

 

Ideia de sujeito na Idade Moderna:

  O sujeito é autônomo, pois sua razão o possibilita conhecer o mundo e guiar suas ações (sujeito e objeto)

  Autores que ajudaram a desenvolvê-la: John Locke, Jeremy Bentham e J. S. Mill.

 

Ideia de Sujeito na Idade Contemporânea:

  Somos sujeitados (condicionados) pela nossa realidade interna (instintos e desejos) e externas (regras sociais e meios de produção) e, portanto, não possuímos autonomia.

  Autores e como justificam o nosso condicionamento:

-   Karl Marx: somos condicionados por nossas relações de trabalho;

-   Friedrich Nietzsche: somos condicionados pelas regras sociais;

-   Sigmund Freud: somos condicionados por nossos instintos:

-   Michel Foucault: somos condicionados por formações discursivas (como definimos uma pessoa é um fator condicionante)

 

Karl Marx, Friedrich Nietzsche e Sigmund Freud (Mestres da Suspeita) previram o caráter de “sujeito sujeitado” que é o sujeito condicionado.

 

Atividade

1.  A ideia de sujeito autônomo surgiu a partir de que período histórico?

2.  Qual a alternativa abaixo que contém somente autores que contribuíram para a derrocada da ideia de sujeito na contemporaneidade:

a.  René Descartes, Baruch Spinoza e Immanuel Kant.

b.  John Locke, Jeremy Bentham e J.S. Mill.

c.  Friedrich Nietzsche, Karl Marx e Sigmund Freud.

3.  Por que a ideia de sujeito autônomo é criticada?

 

REVISÃO

Tema da aula: Paul Ricoeur e o tornar-se indivíduo

Habilidade trabalhada: Identificar as subjetividades como resultado de construção social

 

Paul Ricœur, afirma que o indivíduo possui duas dimensões:

1. Membro de uma sociedade;

2. Ser independente e autônomo;

E, segundo o autor, nos individualizamos através da linguagem.

 

Linguagem

  A linguagem é o ponto de partida, por meio dela nós expressamos e dizemos o mundo, ou seja, ela é a principal forma pela qual colocamos para fora aquilo que pensamos. Através da linguagem o ser humano é capaz de dizer o indivíduo de três formas:

 

I.  Descrições Definidas: na frase “o executivo que sempre compra o jornal de esportes” podemos observar:

  O executivo: de todos os executivos nos referimos ao que sempre compra o jornal de esportes.

  O jornal de esportes: de todas as pessoas do mundo, nos referimos ao indivíduo que sempre compra o jornal.

  Portanto, ao descrevermos, nós cruzamos categorias para designar um indivíduo.

 

II. Nomes Próprios: referem-se a uma designação específica e permanente, tem a função de designar a singularidade do indivíduo. Por exemplo, quando digo Marcelo, estou me referindo a uma pessoa específica restando apenas especificar suas propriedades, como: Marcelo, o aluno educado ou Marcelo, o aluno alto da 3ª série

 

III. Indicadores: podem ser pronomes pessoais (eu e tu); pronome demonstrativo (isto e aquilo); advérbio de lugar (aqui e além); advérbio de tempo (amanhã e agora); além de outras categorias gramaticais. Os indicadores são diferentes dos nomes porque podem designar seres diferentes.

 

A ipseidade é a fala que usamos para dizer o que pertence ao indivíduo à sua singularidade, aquilo que entre os vários de uma espécie, diferencia um só.

 

Atividade

1.  Para Paul Ricoeur, como nós nos configuramos como indivíduos?

a.  Pela nossa liberdade natural.

b.  Pelo contrato social.

c.  Pelas práticas corporais.

d.  Pela narrativa de nós mesmos.

e.  Pela nossa essência.